terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

VOCÊ ACREDITA EM TUDO QUE LÊ?

É comum as pessoas ao lerem um artigo escrito em grandes portais na web, em jornais ou revistas, seguirem à risca aquilo que lêem como se fosse verdade. Poucas são as pessoas com senso crítico para analisar cuidadosamente o que leram e tentar entender a opinião e as motivações do autor por trás daquele artigo. No texto abaixo, o professor Valdeir Almeida discorre com propriedade sobre esse assunto.
Muito antes do advento da internet, as notícias escritas chegavam apenas mediante revistas e jornais impressos. Naquela época, já imperava a máxima "vale o que está escrito". Dessa forma, se um jornalista mal intencionado escrevesse e publicasse uma notícia forjada ou tendenciosa (factóide), grande parcela dos leitores acreditaria. Por causa disso, reputações construídas com dignidade ao longo de décadas eram destruídas com um punhadinho de palavras.

Agora, com a internet consolidada no cotidiano da sociedade, o crédito cego na palavra escrita tomou proporções ainda mais alarmantes. Alguns jornalistas descomprometidos, blogueiros desconhecidos ou fakers, twitteiros e afins criam notas infactíveis denegrindo a imagem de cidadãos de boa índole. Muitos webleitores que acreditam na notícia, a repassam através das redes sociais (e do tradicional boca-a-boca).

Diante do exposto, surge a seguinte indagação: por que existem tantos leitores passivos? Ou seja, por que há ainda gente que lê todo tipo de texto sem questionar a veracidade da fonte e o caráter de quem escreveu?

Isso tem respostas nos tempos antigos. Pouquíssimas pessoas detinham o domínio da leitura e da escrita. A maioria absoluta da população era formada por analfabetos. Os letrados, por conta disso, eram respeitados e tidos como sábios e guardiães da verdade.

Aos poucos, a população foi sendo alfabetizada. Mas, ainda assim, não em nível suficiente para ser equiparada aos "sábios". Estes, agora, ocupavam um lugar privilegiado na hierarquia social, ao lado dos reis e imperadores, publicando teses de cunho religioso e científico e sendo conselheiro oficial de tais poderosos. Por isso, mesmo com a popularização da escrita, após Gutenberg inventar a máquina de imprimir, a palavra grafada continuou influenciando e sustentando a associação entre escrita, credibilidade e poder.

É preciso ler, interpretar, pesquisar e formar a sua própria opinião. É preciso pensar.

Fonte: do blog saku xeio

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