domingo, 10 de julho de 2011

INTERIOR: FRONTEIRA QUASE INEXPLORADA PELOS PETISTAS

Partido dá as cartas há muitos anos no Planalto e no Recife, mas patina nas pequenas cidades

A imagem de barbudos e radicais está esquecida no passado do PT, lá na década de 1980 e 1990. O
Partido dos Trabalhadores elegeu dois presidentes da República e está há nove anos no Palácio do Planalto. Cresceu, deixou de causar “medo” nos eleitores, mas não consegue fincar raízes no interior pernambucano, de onde saiu o presidente mais popular da história, Luiz Inácio Lula da Silva. O petista ganhou a eleição nacional duas vezes, fez a sucessora Dilma Rousseff, mas o PT só tem seis prefeitos nos municípios interioranos do estado, mesmo depois de conquistar o Recife por três vezes consecutivas.

Os fundadores da sigla no estado assinaram a ata do partido em 27 de dezembro de 1981. Passaram quase 20 anos para eleger um prefeito da capital, mas não conseguiram chegar ao interior como em outros estados nordestinos. No Ceará, por exemplo, o partido tem cerca de 20 prefeituras. Em Pernambuco é diferente. A dificuldade de fazer alianças, arregimentar novos quadros e manter o jeito petista de governar marca a trajetória da legenda.

O presidente estadual da sigla, deputado federal Pedro Eugênio, acredita que a sigla pode dobrar o número de prefeituras fora da Região Metropolitana em 2012. Mas não vai ser fácil, segundo avaliam alguns aliados em reserva. Dos seis prefeitos petistas no interior, só quatro podem concorrer à reeleição e dois estão encerrando os mandatos (oito anos) sem candidatos favoritos na agulha - o de Surubim e o de Trindade.

Ganhar musculatura nesse contexto exigirá um trabalho formiguinha. O partido começou a se movimentar neste último sábado, iniciando um ciclo de plenárias regionais com a participação de dirigentes, prefeitos, vices, vereadores e deputados. Contudo, tem o desafio de manter o poder na capital e ampliar as bases interioranas sem causar desconforto aos aliados, como o PSB e o PTB, com 48 e 31 prefeitos no estado, respectivamente.

Segundo Pedro Eugênio, eleger o maior número de prefeitos não é fundamental para a sucessão em 2014, onde está em jogo o governo do estado. Ele lembra, por exemplo, que, tanto em 1998, como em 2006, Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Eduardo Campos (PSB) ganharam a eleição para governador sem ter a maioria das prefeituras. A diferença é que nesses dois casos havia um desejo de mudança grande na população. O que pode não acontecer em 2014. É nesse caso que o número de prefeitos pode pesar a favor de um candidato.

O senador Humberto Costa, um dos nomes cotados para suceder Eduardo, acredita no potencial de crescimento petista em cidades como Petrolina, Arcoverde, Garanhuns, Salgueiro e Serra Talhada. Ele mantém a cautela, entretanto, e evita cravar nomes. “Estamos analisando quais são as prioridades do partido para conversar com os aliados e ver onde podemos fazer permutas e trocar apoios”, pontuou o parlamentar.
O prefeito de Trindade, no Sertão do Araripe, Gerôncio Figueiredo(PT-PE) diz que duas características são vistas no interior: ninguém vota pelo partido, vota na pessoa; e outro é que ainda exite uma temerosidade em relação ao PT, apesar da era Lula.
Fonte: Diário de Pernambuco

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