quarta-feira, 22 de maio de 2013

COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE COMPLETA UM ANO


A Comissão Nacional da Verdade (CNV) divulgou, ontem, o balanço do seu primeiro ano de trabalho. Após realizar 15 audiências públicas em nove unidades federativas, além de dialogar com órgãos de outros países que possuem ou possuíram comissões similares, a CNV acumulou mais de 16 milhões de páginas de documentos e, entre outros êxitos, identificou e localizou 240 agentes da repressão do Estado ainda vivos, que poderão prestar informações sobre a ditadura que vigorou entre 1964 e 1985.
O trabalho da CNV se baseia fundamentalmente na pesquisa documental, na coleta de depoimentos e na realização de reuniões e audiências públicas, nas quais a sociedade pode contribuir com informações sobre os temas e casos abordados pela comissão.
Para parlamentares petistas, o saldo dos primeiros 12 meses da atuação da CNV é muito positivo. O deputado Nilmário Miranda (PT-MG), por exemplo, avalia que o trabalho da comissão vai “deslanchar” a partir de agora, passado o período de montagem da equipe, de definição da metodologia e do próprio entrosamento dos integrantes.
“O segundo ano deve ser ainda bem mais profícuo do que esse primeiro. Os sete membros da comissão nunca haviam trabalhado juntos e, além disso, as mais de cem comissões estaduais e setoriais criadas para apoiar a comissão nacional ainda estão produzindo os seus relatórios parciais. E tudo isso vai convergir a partir de agora”, ponderou Nilmário, que foi vítima do regime encerrado em 1985.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) também elogiou o trabalho da CNV e a decisão da presidenta Dilma Rousseff de prorrogar o prazo de funcionamento do órgão, de maio de 2013 para dezembro de 2014.

“Não tínhamos dúvida quanto à necessidade de estender os trabalhos da comissão, pois o Brasil ficou sob um silêncio ameaçador durante muito tempo, por isso é muito bom que a presidenta Dilma tenha tomado essa decisão. O balanço é positivo e a comissão está desnudando inúmeros aspectos que até o momento não estavam tão claros, mas é importante o aprofundamento dos vínculos com os comitês e comissões setoriais que foram criados nas universidades, nos sindicatos, nos órgãos públicos e em todos os espaços da sociedade, para que, após a verdade vir à tona, possamos alcançar a Justiça”, defendeu a deputada, que também foi perseguida pela ditadura.

Fonte: informativo PT na Câmara

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