sábado, 24 de setembro de 2011

O QUE É A COMISSÃO DA VERDADE

Os anos em que o Brasil foi governado por militares foram repletos de repressão, censura e perseguições. Muitos literalmente lutavam pelos direitos dos cidadãos, pela liberdade de expressão e, por isso, eram rotulados como subversivos, comunistas, anarquistas, guerrilheiros. Muitos foram intimidados, presos, torturados. Muitos outros simplesmente "desapareceram".
Esse período da nossa história nunca foi totalmente revelado. Fatos de desrespeito à dignidade e aos direitos humanos que, até hoje, permanecem impunes e ocultos; pessoas que perderam suas vidas; esclarecimentos e reparações de reputações e de histórias ansiosamente aguardados pelos famíliares; mistérios a serem desvendados.

Com o objetivo de examinar e esclarecer graves violações aos direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988, foi criada e, finalmente, aprovada a Comissão da Verdade. Constituida por um grupo de sete pessoas, será escolhida pela presidente Dilma Roussef. Estão aptos brasileiros de idoneidade e conduta ética, com histórico de defesa da democracia e de respeito aos direitos humanos. Será vedada a participação de pessoas que possam ter a imparcialidade contestada, dirigentes de partidos políticos e ocupantes de cargos comissionados em qualquer esfera do governo.
Na prática, os trabalhos se concentrarão no período da ditadura militar, entre 1964 e 1985. O resultado não poderá servir para punir ou perseguir judicialmente os envolvidos nas agressões que forem apuradas.
Estes sete membros, com remuneração mensal de R$11.179,00, terão 14 servidores à sua disposição, devendo contar com o suporte técnico e financeiro da Casa Civil. Ainda poderão firmar parcerias com universidades e organismos internacionais e atuar em conjunto com as comissões de Anistia e Mortos e Desaparecidos.
A Comissão pode receber testemunhos por convocação ou espontâneos; receber documentação, com garantia de anonimato, ou requisitar informações de órgãos públicos, mesmo classificados como sigilosos; determinar perícia ou diligência; e promover audiências públicas.

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