sexta-feira, 2 de setembro de 2011

SEMINÁRIO


Seminário de Intoxicados debateu o uso de materiais insalubres pelos servidores da Funasa e da Saúde

É cada vez mais alarmante e preocupante o número de servidores do Ministério da Saúde e da Funasa vítimas de doenças provocadas pelo uso sem controle de material insalubre. Em muitos casos, e com o uso a médio e longo prazos, os servidores chegam a morrer por conta dos produtos tóxicos. Toda essa problemática foi discutida durante o Seminário de Intoxicados em Brasília, realizado no Sindsep-DF, no último dia 25.   

Mais de 300 servidores da área participaram do evento, entre eles o diretor do Sindsep-PE, José Felipe, e os servidores Ramilson Matos e Antônio Lemos. Esse último, inclusive, é uma vítima dos materiais tóxicos. Ex-servidor da Funasa e atual do Ministério da Saúde, trabalha há anos com produtos in-salubres e pode vir a fazer um transplante de fígado. “A taxa de mortalidade no ministério e na Funasa está muito acima do  normal, o que já caracteriza uma epidemia”, ponderou José Felipe.
No Seminário, foram exibidos vídeos com depoimentos de in-toxicados e apresentados o anda-mento dos processos judiciais relativos ao problema. A toxicóloga da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Heloisa Pacheco, também falou sobre o tema, enquanto a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB/AC) explicou sobre a lei de sua autoria que trata de uma indenização aos intoxicados. Ao final, foram criadas comissões nacional e estaduais de intoxicados e elaboradas propostas para combater o mal que esses materiais fazem às pessoas que trabalham durante anos, como os servidores da Saúde e da Funasa no combate às endemias. No Estado, uma comissão já está sendo preparada. “Estamos levantando dados e preparando um seminário para discutir o tema”, adiantou José Felipe.

NÚMEROS
Recentemente, o Sindsep-PE solicitou ao Ministério da Saúde a relação dos servidores de Pernambuco que faleceram no período de um ano, entre junho de 2010 a julho de 2011. Em resposta, a Secretaria Executiva do Ministério elencou pelo menos 126 óbitos, apenas dos servidores da Pasta, excluindo os da Funasa, cuja quantidade não foi repassada.
“É importante esclarecer que esse número não se refere apenas às mortes provocadas pelo material tóxico, há casos de morte natural, mas muitos desses óbitos têm como causa a intoxicação provocada pelo uso em longo prazo do material de trabalho desses servidores”, explica a secretária geral do Sindsep-PE, Graça Oliveira.

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